sexta-feira, 19 de junho de 2009

SEGUNDA GERAÇÃO


Também conhecida como Byroniana e Ultra-Romantismo, recebeu a denominação de mal do século pela sua característica de abordar temas obscuros como a morte, amores impossíveis e a escuridão.
A poesia ultrarromântica ou mal -do – século é aquela em que as características românticas se encontram mais exacerbadas, notadamente o pessimismo, a morbidez, a melancolia, o tédio, o escapismo e o excesso de subjetividade. Ela pode também ser chamada de Byroniana graças à influência marcante que Lord Byron exerceu sobre essa geração. O Byronismo foi um fenômeno de moda literária que atingiu várias literaturas da Europa e das Américas na época do Romantismo. No Brasil, a fase byroniana de nosso Romantismo, concentrou-se mais em São Paulo, entre os jovens poetas que cursavam a Academia de Direito, sobre os quais reinava o talentoso Álvares de Azevedo, considerado o expoente máximo do byronismo brasileiro.
O poeta inglês Byron é criador de personagens sonhadores e aventureiros, que desafiavam as convenções morais e religiosas da sociedade burguesa e, com sua vida agitada, foi, ele mesmo, um típico heroi romântico.
Na imaginação de seus leitores,a figura de Byron confundia-se com a de seus herois: orgulhoso, irreverente, melancólico, misterioso, conquistador – todos esses adjetivos eram usados para descrevê-lo e uma aura de mito foi sendo criada em torno de seu nome, gerando imitadores e admiradores por toda a parte.

Principais autores:
Junqueira Freire
Casimiro de Abreu
Álvares de Azevedo

PRIMEIRA GERAÇÃO


No Brasil, o início do Romantismo coincidiu com um processo histórico que culminou com a independência, em 1822. Foi um momento em que idealistas brasileiros sentiram o desejo e a necessidade de determinar a identidade de sua jovem nação, através de símbolos verdadeiramente nacionais. Era preciso ressaltar suas características, valorizar sua história, conhecer a origem e a personalidade de seu povo.
Além de influenciados por esse anseio, que resultava do contexto histórico, os autores românticos contribuíram para determinar as marcas de nossa nacionalidade.
Preocupados com a instauração de uma literatura verdadeiramente brasileira, os poetas da priemira geração romântica pretendiam construir uma identidade nacional em contraposição ao que vinha de Portugal.
Assim, da mesma forma que os poetas portugueses inspiravam-se na época medieval e em seus cavaleiros, os escritores brasileiros inspiravam-se nos primeiros moradores da terra, os índios. Entretanto, porque tinham a intenção de valorizar a nação brasileira, os poemas do período mostraram um índio idealizado: não era real, era o "bom selvagem" de Rousseau, honesto, corajoso e incorruptível.
O sentimentalismo e a religiosidade são outras características presentes nas obras da primeira geração romântica.

Principais autores
Gonçalves de Magalhães
Manuel Araujo Porto Alegre
Gonçalves Dias

ROMANTISMO NO BRASIL


1836 - início do Romantismo brasileiro com a publicação do Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães. Nesse mesmo ano, Araujo de Porto Alegre lança em Paris, a revista Niterói que se torna uma espécie de porta-voz das novas ideias românticas no Brasil.

Envolvidos pelo entusiasmo nacionalista gerado pela proclamação da Independência em 1822, os escritores românticos engajaram-se também no projeto de criação de uma literatura autenticamente nacional. Esse esforço de “brasilidade” revelou-se na escolha de temas ligados à nossa realidade social e histórica e na linguagem usada pelos escritores, que abandonaram aos poucos o tom lusitano em favor de um estilo mais próximo da fala brasileira.

O Brasil do início do século XIX foi palco de várias transformações que contribuíram de forma decisiva para a formação de uma verdadeira identidade nacional e, conseqüentemente, uma literatura com características mais brasileiras. A chegada da família real portuguesa em 1808 já era um indício de que aquele seria um século de profundas mudanças na estrutura política, econômica e cultural do país. D. João VI, através de medidas importantes visando o desenvolvimento nacional, abriu os portos para comércio com o mundo, o que significava a fácil entrada de novas tendências culturais, principalmente européias. Além disso, criou novas escolas, bibliotecas e museus, e deu incentivo à tipografia, que implicou a impressão de livros, até então feitos em Portugal, e a edição de jornais. O eixo político-econômico-cultural do Brasil sai então de Minas Gerais para ganhar as portas da realeza no Rio de Janeiro, onde nasce um público consistente de leitores principalmente formado de mulheres e jovens estudantes, provenientes da classe burguesa em ascensão.

Enquanto isso, o restante da nação, ainda movido pela estrutura agrária e mão-de-obra escrava, assiste à transição do colonialismo ao império. Era a tão sonhada independência política das correntes de Portugal, numa busca pela liberdade e pelo patriotismo, que iria acolher de braços abertos os ideais românticos.

O Romantismo, marco de início do Período Nacional da literatura brasileira, que se estende até nossos dias, tem como lema a subjetividade, ou seja, o culto ao EU, ao individualismo e à liberdade de expressão, buscando a criação de uma linguagem nova e compatível com o espírito nacionalista. Impera a emoção, a constante busca pelas forças inconscientes da alma, como a imaginação e os sonhos. É o coração acima da razão humana, que leva ao amor idealizado e puro. A natureza passa a ser a expressão da criação e perfeição de Deus, a única paisagem sem a mão corrupta do homem. É nela que o homem vai refletir todos os seus estados de espírito e desejos de liberdade, de proximidade ao Criador.

No Brasil, o Romantismo desenvolveu-se principalmente nos gêneros romance e poesia. O romance estava em ascensão na Europa e não tardou a fazer sucesso também por aqui. Inúmeros jornais e folhetins traziam em suas páginas as belas traduções de romances europeus de cavalaria ou de amores impossíveis. Logo, toda uma gama de jovens escritores brasileiros interessaram-se pelo gênero e especializaram-se nesse tipo de literatura.

CARACTERÍSTICAS



Inicialmente, romântico era tudo aquilo que se opunha ao clássico. Ou seja, os modelos da Antiguidade Clássica foram substituídos pelos da Idade Média (principalmente de seus últimos séculos, que coincidem com o surgimento da burguesia).

A uma arte de caráter erudito e nobre opõe-se uma arte de caráter popular,que valoriza o folclórico e o nacional.

O indivíduo passa a ser o centro das atenções, apelando para a imaginação e para os sentimentos, do que resulta uma interpretação subjetivada realidade.
A arte romântica, ao romper as muralhas da Corte e ganhar as ruas,liberta-se das exigências dos nobres que financiavam sua produção.

As obras deixam de ter o caráter prático de obras de encomenda: o público agora é amplo e anônimo, o que leva a uma nova linguagem na literatura e nas artes em geral.
Com o Romantismo surge um público consumidor, uma vez que a literatura torna-se mais popular, o que não acontecia com os estilos de época de características clássicas.
Surge o romance, forma mais acessível de manifestação literária, o teatro ganha novo impulso, a prosa artística ganha espaço.

MARCOS HISTÓRICOS


Dois fatos importantes da história europeia marcaram o período em que se desenvolveu o Romantismo:
Revolução Industrial
Revolução Francesa
Juntas provocaram o fim do absolutismo na Europa e incentivaram a livre iniciativa, o individualismo econômico e o liberalismo político, estimulando também o nacionalismo. Esse clima de liberdade
e renovação marcou profundamente a
literatura da época.

ROMANTISMO


As primeiras manifestações do Romantismo surgiram por volta da metade do século XVIII, na Europa, quando alguns escritores passaram a falar da natureza e do amor num tom bem pessoal e melancólico, fazendo da literatura uma forma de desabafo sentimental.

Os escritores românticos abandonaram o tom solene e as rígidas regras de composição poética adotando um estilo mais simples e mais comunicativo. Os poetas criaram novos ritmos e variaram as formas métricas.

Essa liberdade de expressão, aliás, é uma das características principais do Romantismo e constitui um aspecto importante para a revitalização da literatura ocidental.
O Romantismo surgiu numa época em que o ambiente intelectual era de grande rebeldia. Na política, caíam os sistemas de governo despóticos e surgia o liberalismo político (não confundir com o liberalismo econômico do Século XX). No campo social imperava o inconformismo. No campo artístico, o repúdio às regras. A Revolução Francesa é o clímax desse século de oposição.

No Brasil, o romantismo coincidiu com a independência política em 1822, com o Segundo reinado, com a guerra do Paraguai e com a campanha abolicionista.

Alguns autores neoclássicos já nutriam um sentimento mais tarde dito romântico antes de seu surgimento de fato, sendo assim chamados pré-românticos. Nesta classificação encaixam-se Francisco Goya e Bocage.

O Romantismo viria a se manifestar de formas bastante variadas nas diferentes artes e marcaria, sobretudo, a literatura e a música (embora ele só venha a se manifestar realmente aqui mais tarde do que em outras artes). À medida que a escola foi sendo explorada, foram surgindo críticos à sua demasiada idealização da realidade. Destes críticos surgiu o movimento que daria forma ao Realismo.