segunda-feira, 23 de maio de 2011

Gonçalves Dias


Gonçalves Dias
Orgulhoso de ter o sangue de índios, negros e brancos em seu corpo, Antônio Gonçalves Dias nasceu a 10 de agosto de 1823 no Maranhão e morreu a 3 de novembro de 1864. Gonçalves Dias foi um poeta romântico indianista e bacharel em Direito pela universidade de Coimbra. Sua poesia trouxe a admiração da crítica e do rei, que o nomeou para vários cargos públicos e lhe permitiu viver mais confortavelmente, tendo viajado pelo Norte do Brasil a serviço da corte. Também fez teatro. Recusado pela família de sua amada, casou-se com outra e, doente, viajou a Europa para se tratar. Quando o governo cortou o subsídio que lhe concedia em 1864, decidiu voltar ao Brasil. Na volta, morre no naufrágio do "Ville de Boulogne" por estar doente, já que foi abandonado de cama em estado deplorável enquanto todos os outros se salvaram. Alguns de seus poemas indianistas mais famosos são I-Juca Pirama e Os Timbiras. Primeiro grande poeta do Romantismo brasileiro. A temática indianista que caracteriza sua obra apresenta forte colorido e ritmo. Seu grande poema indianista Os Timbiras ficou incompleto, pois durante o naufrágio em que o poeta morreu perderam-se também os textos. Além da vertente indianista, também se destaca a lírica amorosa, mas não apresenta passionalidade. Aqui a mulher é sempre um anjo, idealizada, numa ótica platônica.



"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá." (Canção do Exílio)

"Eu vi o brioso no largo terreiro,
Cantar prisioneiro
Seu canto de morte, que nunca esqueci:
Valente como era, chorou sem ter pejo;
Parece que o vejo,
Que o tenho nest'hora diante de mi." (I-Juca Pirama)

"Por onde quer que fordes de fugida
Vai o fero Itajuba perseguir-vos
Por água ou terra, ou campos, ou florestas;
Tremei!..." (Os Timbiras)

segunda-feira, 13 de julho de 2009

TERCEIRA GERAÇÃO



As idéias liberais, abolicionistas e republicanas formam a base do pensamento brasileiro no período de 1870 a 1890. Influenciados por Auguste Comte, Charles Darwin e outros autores europeus, escritores como Tobias Barreto, Silvio Romero e Capistrano de Abreu empenham-se na luta contra a monarquia. Ao lado deles, Joaquim Nabuco, Rui Barbosa e Castro Alves também se destacam na divulgação do novo ideário.

O engajamento em questões da realidade social e a oposição ao governo central tornam-se incompatíveis com o subjetivismo e o patriotismo, até então dominantes. Uma nova polêmica envolvendo José de Alencar é indicativa dos rumos que o movimento romântico toma nesse período. Ocorrida em 1871, a discussão foi iniciada pelo jovem romancista cearense Franklin Távora, que acusava Alencar de excesso de idealismo e pouco conhecimento empírico da realidade que retratava. A polêmica repercutiria sobre textos teóricos do próprio Alencar e também de Machado de Assis.

Na poesia, Castro Alves é o nome de maior destaque da terceira geração romântica. Autor de Espumas Flutuantes (1870) e do poema Navio Negreiro, ele celebrizou-se pela força lírica dos poemas em favor da libertação dos escravos. Também é relevante nesse período a figura de Sousândrade (1833-1902). Autor de uma poesia com momentos ricos em experimentalismo, como se pode notar pela leitura de O Guesa (1868), ele também teve atuação importante como cronista político.

A partir de 1870 o pensamento da inteligência brasileira terá como suporte as idéias liberais, abolicionistas e republicanas - o que caracteriza a produção da chamada Terceira Geração do Romantismo e marca o início da transição para o Realismo. Influenciados pela filosofia positivista e pelo evolucionismo professado por Auguste Comte, Charles Darwin e outros pensadores europeus, escritores importantes como Tobias Barreto, Silvio Romero e Capistrano de Abreu empenham-se na luta contra a monarquia. Ao lado deles, intelectuais de vasta formação humanística, como Joaquim Nabuco e Rui Barbosa, e poetas de grande expressão, como Castro Alves, assumem papel de destaque na divulgação do novo ideário.

Momento que também é conhecido como condoreirismo, recebe esse nome por associar-se ao condor ou outras aves, como a águia, o falcão e o albatroz, que foram tomadas como símbolo dessa geração de poetas com preocupações sociais. Identificando-se com o condor, ave de vôo alto e solitário, com capacidade de enxergar a grande distância, os poetas condoreiros supunham ser eles também dotados dessa capacidade e, por isso, tinham o compromisso, como poetas-gênios iluminados por Deus, de orientar os homens comuns para os caminhos da justiça e da liberdade.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

SEGUNDA GERAÇÃO


Também conhecida como Byroniana e Ultra-Romantismo, recebeu a denominação de mal do século pela sua característica de abordar temas obscuros como a morte, amores impossíveis e a escuridão.
A poesia ultrarromântica ou mal -do – século é aquela em que as características românticas se encontram mais exacerbadas, notadamente o pessimismo, a morbidez, a melancolia, o tédio, o escapismo e o excesso de subjetividade. Ela pode também ser chamada de Byroniana graças à influência marcante que Lord Byron exerceu sobre essa geração. O Byronismo foi um fenômeno de moda literária que atingiu várias literaturas da Europa e das Américas na época do Romantismo. No Brasil, a fase byroniana de nosso Romantismo, concentrou-se mais em São Paulo, entre os jovens poetas que cursavam a Academia de Direito, sobre os quais reinava o talentoso Álvares de Azevedo, considerado o expoente máximo do byronismo brasileiro.
O poeta inglês Byron é criador de personagens sonhadores e aventureiros, que desafiavam as convenções morais e religiosas da sociedade burguesa e, com sua vida agitada, foi, ele mesmo, um típico heroi romântico.
Na imaginação de seus leitores,a figura de Byron confundia-se com a de seus herois: orgulhoso, irreverente, melancólico, misterioso, conquistador – todos esses adjetivos eram usados para descrevê-lo e uma aura de mito foi sendo criada em torno de seu nome, gerando imitadores e admiradores por toda a parte.

Principais autores:
Junqueira Freire
Casimiro de Abreu
Álvares de Azevedo

PRIMEIRA GERAÇÃO


No Brasil, o início do Romantismo coincidiu com um processo histórico que culminou com a independência, em 1822. Foi um momento em que idealistas brasileiros sentiram o desejo e a necessidade de determinar a identidade de sua jovem nação, através de símbolos verdadeiramente nacionais. Era preciso ressaltar suas características, valorizar sua história, conhecer a origem e a personalidade de seu povo.
Além de influenciados por esse anseio, que resultava do contexto histórico, os autores românticos contribuíram para determinar as marcas de nossa nacionalidade.
Preocupados com a instauração de uma literatura verdadeiramente brasileira, os poetas da priemira geração romântica pretendiam construir uma identidade nacional em contraposição ao que vinha de Portugal.
Assim, da mesma forma que os poetas portugueses inspiravam-se na época medieval e em seus cavaleiros, os escritores brasileiros inspiravam-se nos primeiros moradores da terra, os índios. Entretanto, porque tinham a intenção de valorizar a nação brasileira, os poemas do período mostraram um índio idealizado: não era real, era o "bom selvagem" de Rousseau, honesto, corajoso e incorruptível.
O sentimentalismo e a religiosidade são outras características presentes nas obras da primeira geração romântica.

Principais autores
Gonçalves de Magalhães
Manuel Araujo Porto Alegre
Gonçalves Dias

ROMANTISMO NO BRASIL


1836 - início do Romantismo brasileiro com a publicação do Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães. Nesse mesmo ano, Araujo de Porto Alegre lança em Paris, a revista Niterói que se torna uma espécie de porta-voz das novas ideias românticas no Brasil.

Envolvidos pelo entusiasmo nacionalista gerado pela proclamação da Independência em 1822, os escritores românticos engajaram-se também no projeto de criação de uma literatura autenticamente nacional. Esse esforço de “brasilidade” revelou-se na escolha de temas ligados à nossa realidade social e histórica e na linguagem usada pelos escritores, que abandonaram aos poucos o tom lusitano em favor de um estilo mais próximo da fala brasileira.

O Brasil do início do século XIX foi palco de várias transformações que contribuíram de forma decisiva para a formação de uma verdadeira identidade nacional e, conseqüentemente, uma literatura com características mais brasileiras. A chegada da família real portuguesa em 1808 já era um indício de que aquele seria um século de profundas mudanças na estrutura política, econômica e cultural do país. D. João VI, através de medidas importantes visando o desenvolvimento nacional, abriu os portos para comércio com o mundo, o que significava a fácil entrada de novas tendências culturais, principalmente européias. Além disso, criou novas escolas, bibliotecas e museus, e deu incentivo à tipografia, que implicou a impressão de livros, até então feitos em Portugal, e a edição de jornais. O eixo político-econômico-cultural do Brasil sai então de Minas Gerais para ganhar as portas da realeza no Rio de Janeiro, onde nasce um público consistente de leitores principalmente formado de mulheres e jovens estudantes, provenientes da classe burguesa em ascensão.

Enquanto isso, o restante da nação, ainda movido pela estrutura agrária e mão-de-obra escrava, assiste à transição do colonialismo ao império. Era a tão sonhada independência política das correntes de Portugal, numa busca pela liberdade e pelo patriotismo, que iria acolher de braços abertos os ideais românticos.

O Romantismo, marco de início do Período Nacional da literatura brasileira, que se estende até nossos dias, tem como lema a subjetividade, ou seja, o culto ao EU, ao individualismo e à liberdade de expressão, buscando a criação de uma linguagem nova e compatível com o espírito nacionalista. Impera a emoção, a constante busca pelas forças inconscientes da alma, como a imaginação e os sonhos. É o coração acima da razão humana, que leva ao amor idealizado e puro. A natureza passa a ser a expressão da criação e perfeição de Deus, a única paisagem sem a mão corrupta do homem. É nela que o homem vai refletir todos os seus estados de espírito e desejos de liberdade, de proximidade ao Criador.

No Brasil, o Romantismo desenvolveu-se principalmente nos gêneros romance e poesia. O romance estava em ascensão na Europa e não tardou a fazer sucesso também por aqui. Inúmeros jornais e folhetins traziam em suas páginas as belas traduções de romances europeus de cavalaria ou de amores impossíveis. Logo, toda uma gama de jovens escritores brasileiros interessaram-se pelo gênero e especializaram-se nesse tipo de literatura.

CARACTERÍSTICAS



Inicialmente, romântico era tudo aquilo que se opunha ao clássico. Ou seja, os modelos da Antiguidade Clássica foram substituídos pelos da Idade Média (principalmente de seus últimos séculos, que coincidem com o surgimento da burguesia).

A uma arte de caráter erudito e nobre opõe-se uma arte de caráter popular,que valoriza o folclórico e o nacional.

O indivíduo passa a ser o centro das atenções, apelando para a imaginação e para os sentimentos, do que resulta uma interpretação subjetivada realidade.
A arte romântica, ao romper as muralhas da Corte e ganhar as ruas,liberta-se das exigências dos nobres que financiavam sua produção.

As obras deixam de ter o caráter prático de obras de encomenda: o público agora é amplo e anônimo, o que leva a uma nova linguagem na literatura e nas artes em geral.
Com o Romantismo surge um público consumidor, uma vez que a literatura torna-se mais popular, o que não acontecia com os estilos de época de características clássicas.
Surge o romance, forma mais acessível de manifestação literária, o teatro ganha novo impulso, a prosa artística ganha espaço.

MARCOS HISTÓRICOS


Dois fatos importantes da história europeia marcaram o período em que se desenvolveu o Romantismo:
Revolução Industrial
Revolução Francesa
Juntas provocaram o fim do absolutismo na Europa e incentivaram a livre iniciativa, o individualismo econômico e o liberalismo político, estimulando também o nacionalismo. Esse clima de liberdade
e renovação marcou profundamente a
literatura da época.